terça-feira, 24 de abril de 2012


Em 1990, já como militante do teatro brasileiro por intermédio da Federação de Teatro, da COTAESP, da CONFENATA e também da Cooperativa Paulista de Teatro, mesmo a distância, resisti muito a ideia defendida pela Comissão Municipal de Teatro aqui em São José dos Campos, que defendia a criação de um grupo de teatro mantido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo. E por quê?
Simples: só de forma organizada é que os grupos de teatro poderiam ter a força de pleitear políticas específicas para a realidade do movimento local e a criação de um grupo “chapa branca”, dificultaria essa organização. Durante três anos o então Grupo Teatro da Cidade cumpriu seu papel de formador de público para o teatro e estimulou mais de uma centena de interessados nessa forma de expressão.
Mas os grupos locais começaram então a exigir as mesmas condições de trabalho. A instituição não podia dar as respostas e o grupo então resolveu se manter de forma independente e aí sim, acreditei na possibilidade de desenvolver um trabalho de formação de atores comprometidos com a pesquisa, o estudo e desenvolvimento do teatro em nossa cidade... e segui em frente, como diretor, iluminador, assistente de direção, enfim, liderando de alguma forma aquela possibilidade.
Agora, 22 anos depois, estamos colhendo frutos preciosos com nosso trabalho. E temos na Cia Teatro da Cidade um elenco competente, capaz de enfrentar desafios na certeza de propor resultados artísticos para ocupar, de forma definitiva, o cenário teatral brasileiro. Tenho muito a agradecer aos atores que proporcionam tantas alegrias com os espetáculos que estamos desenvolvendo. Não apenas os que hoje estão ainda na companhia, mas muitos que já contribuíram com nossa história.
Porém, a experiência de ver o CAC Walmor Chagas (uma de minhas utopias) lotado dias 20 e 21 de abril para as apresentações de Um Dia Ouvi a Lua, é inexplicável e, ao mesmo tempo, a certeza de que estamos realizando a utopia. Afinal de contas, utopia é apontar caminhos e por isso, toda utopia é passível de se realizar, concretizar. Talvez, lá em 1990, tenhamos apenas plantado a utopia. Agora estamos colhendo os frutos dessa árvore...
Parabéns a todos nós... rumo a mais um desafio: Almas Abaixo de Zero. O universo, de alguma forma, vem conspirando a nosso favor.

 
CLAUDIO MENDEL

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