Análise Critica por Jair Alves do nosso espetáculo"Toda Nudez Será Castigada", confiram:
http://portalmacunaima.ning.com/forum/topic/show?id=6320213%3ATopic%3A19685&xgs=1&xg_source=msg_share_topic
quarta-feira, 23 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Nelson Rodrigues em São José dos Campos ( Um presente carinhoso para nós)
NELSON RODRIGUES EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
SILVIA ANSPACH
Não foi
sonho, não. Encontrei com Nelson Rodrigues nesta noite. Em
São José dos Campos. Eu lhe perguntei:
_ O que você
faz aqui hoje?
A que ele respondeu, entre desconfiado
e vaidoso:
_ Soube que andam me ressuscitando
por aí. Em grupos de teatro desta cidade. Aliás, pelo que dizem, vivem me
dissecando. Dissecando a anatomia de meus textos. De minha alma criadora. Das
dores de parto que precederam a cada nascimento de cada personagem. Do tipo
sanguíneo que escorre de cada angústia, de cada pontada no peito, de cada
estupro, de cada assassinato, de cada câncer no seio, de cada frase cancerígena
do Otto Lara Rezende. De amantes que escorrem pelas paredes, de afogados em
poças de líquido amniótico e de gritos primais. De Nonôs, Sônias, Alaídes,
Genis e Glórias. De castos obscenos. De cavalos nus. De nudezes castigadas.
_ Isso te preocupa? Aborrece?
_Minha querida, pré-ocupação supõe
um pós. E não haverá nada após o pós-morte em que estou. Já cheguei aqui. Meu
medo é retornar à vida. Afinal, como eu já dizia enquanto estava entre vocês,
“o homem não é triste porque morre. É triste porque vive. A morte é o grande
despertar”. Finalmente estou acordado e alerta. Não tenho que fugir à idiotice
dos cretinos fundamentais, nem à unanimidade da burrice nem às ameaças à
liberdade, esta liberdade que sempre soube ser mais importante que o pão. Conheço
agora a eternidade com que minhas peças sonhavam. O amor eterno. O amor humano normalmente
não é eterno. Assim sendo, não é amor. Diziam que eu era conservador por
acreditar na perenidade do verdadeiro amor. Não era. Eu era um visionário.
Encontrei o amor impossível neste futuro eterno em que vivo agora.
_Nelson, eu que entrei na sintonia do
teu amor eterno através dos teus textos e peças, que encontrei uma afinidade
tão grande com tuas ideias, com a visceralidade de teus personagens e falas...
Eu sinto uma forte nostalgia e saudade. Saudade de nunca ter te conhecido.
Nostalgia pela condenação que é a História: movimento inexorável do tempo,
impossibilidade de voltar atrás. Se pudesse voltar, rebobinaria, marcaria hora
e entrevista. Papel na mão, eu, e não você. Eu, sim. Eu seria a jornalista, a
repórter. E te entrevistaria, registrando a forte e fatal poesia impressa nas
tuas palavras e situações.
_ Não sei quem você é, tão anônima e
tão temporal. Mas não poderia nem
quereria ter te encontrado. Se os humanos tivessem o poder e o direito de
alterar a vida, ela não seria mais vida, imprevisível, rebelde, grávida de
sangue, gritos, ritos, mitos, sóis nascendo no horizonte, mortas deixando
mensagens de vida a maridos enxovalhados na desonra e em outros valores sem
importância, a alma na sarjeta, a putrefação, a verdade bruta, nua, luminosa,
doida e doída, de tão verdadeira. Prefiro te manter à distância.
_Pelo menos venha até S. José dos
Campos ver tua peça... Eu te peço...
_ Não tenho esse direito. O que eu
fui, agora é de vocês. Caí no domínio público. A liberdade é um pouco isso.
Renúncia aos apegos e à vaidade. Não. Não digo isso com tristeza. Sei que agora
sou as múltiplas leituras e recriações que vocês fazem do meu texto. Ganhei mil
caras. Virei possibilidade de renascer ao infinito. Ouça bem. Esta “Toda
Nudez...” do Cláudio Mendel com o Teatro da Cidade foi um laborioso parto, uma
obra de pathos e paixão. Corajosa
travessia. Eu antes era eu. Agora, sou eu, sou vocês, sou o infinito. Perdi em
carne e sangue, e em ego.
Ganhei em desprendimento e em eternidade. Sou
livre. Sou a arte em sua pureza. Ganhei transparência.
_Por isso teu espetáculo ficou tão
luminoso.
_Sim. Através dele, vocês podem ver a
verdade mais verdadeira. A que o ser humano normalmente não tem coragem nem
estrutura para ver. Talvez meu corpo sem peso, espiritual, em sua
transparência, possa agora atuar como a lente que desnude o vigor mais pleno e
intenso da atividade criadora. E ofereça um momento de deslumbramento e um
vislumbre da chama eterna.
Só lhes peço para tomarem cuidado:
Fogo e luz demais podem queimar ou cegar.
* Este texto escrito por nossa querida Silvia Anspach, nos emocionou muito quando lido no final do debate de nossa reestréia, então estamos aqui compartilhando com todos vocês, agradecemos o carinho!!!!
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Esse fim de semana tem mais Nelson Rodrigues.
Comemoração 100 anos de Nelson Rodrigues.
Esse fim de semana tem mais TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA!!!
Local: CAC Walmor Chagas - R.Netuno, 41 - Jd. Da Granja - São José dos Campos. (Nossa sede).
Horário: 21h.
No dia 12 haverá um jantar após o espetáculo!!!
Viva Nelson!!!!
Maiores informações: 3941-7631.
Esse fim de semana tem mais TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA!!!
Local: CAC Walmor Chagas - R.Netuno, 41 - Jd. Da Granja - São José dos Campos. (Nossa sede).
Horário: 21h.
No dia 12 haverá um jantar após o espetáculo!!!
Viva Nelson!!!!
Maiores informações: 3941-7631.
terça-feira, 1 de maio de 2012
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