por Aimar Labaki - Dramaturgo e Jornalista
“Maria Peregrina” dá continuidade à brilhante trajetória de Luís Alberto de Abreu. Ao longo dos anos, num rítmo impressionante, ele vem escrevendo uma série de textos cada vez mais sofisticados em sua estrutura e cada vez mais populares em seu conteúdo. Quer seja na parceria permanente com a Cia Malazartes, quer seja em encontros específicos com outros grupos, Abreu aprofunda cada vez mais sua
linguagem e sua pesquisa dos conteúdos populares.
O casamento com a Cia Teatro da Cidade rendeu um espetáculo enxuto e orgânico. Um elenco muito afinado, todos no mesmo diapasão, dá vida a uma série de tipos que por serem tão locais, resultam universais. Resgatando parte da cultura oral da região, eles tratam de temas como a modernização e o desenraizamento cultural sem deixar nunca de contar as histórias que formam a grande História.
“Maria Peregrina” é exemplo de trajetórias distintas que se cruzam com ganhos para todos. Abreu escreveu mais um belo texto e verticalizou sua reflexão. A Cia Teatro da Cidade amadurece artísticamente ao mesmo tempo em que se volta para a realidade de sua própria comunidade.
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